quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A formiga


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A formiga


Às vezes, começo a pensar na quantidade de pessoas que deviam ser presas, castigadas ou afastadas de outras.

Quando somos crianças, ensinam-nos coisas como "os pais gostam sempre dos filhos", "os professores têm sempre razão e só querem o bem dos meninos", "um casal são duas pessoas que gostam muito uma da outra e querem ser felizes juntos", entre outras ideias que transmitem um mundo quase perfe

ito. Na nossa cabeça, forma-se um conceito de mar de rosas. Tudo faz sentido, tudo é linear, tudo é belo.

Passado algum tempo, ouvimos o caso da menina que era violada pelo pai, da professora que fazia chantagem com as crianças e da mulher que todos os dias é agredida violentamente pelo marido.
"Então, mas o papá não é sempre amigo dos filhos?"; "Oh mamã, não tinhas dito que os maridos gostam muito das mulheres?".
O cenário fica deformado, confuso.

Crescemos mais, e descobrimos que os casos que chegam até nós são só uma pequena parte, existem muitos mais. Ninguém faz a mínima ideia porque não é possível conhecer a vida de todas as pessoas. A situação é, realmente, assustadora, até mesmo horripilante.
E os acontecimentos repetem-se, repetem-se, repetem-se. Não deixam de existir.

O objetivo da nossa existência é obtermos o máximo de satisfação em cada passo que damos e isso é tão complexo. Muitas vezes, o conceito de satisfação nem chega a ser conhecido. Fazem-nos acreditar que existem padrões, que isto é bom e aquilo é mau.

Mas nada é simples. Nada é tão óbvio como parece. Até um átomo tem muito que se lhe diga; e nós nem o vemos.